terça-feira, 21 de abril de 2009

A Droga das drogas

Hoje, como ontem, e como quase todos os dias em que me conecto com qualquer mass media, me defronto com a constatação, quase irreversível, da falta de controle do Estado frente às drogas. Na matéria de hoje, duas adolescentes que moram nas ruas, o que, cada vez mais, significa ser “usuário de crack”, diziam à repórter que eram viciadas há muitos anos, e que usariam a droga até a morte.

A declaração, por si só, evoca tremenda compaixão por aquelas figuras que, sem qualquer perspectiva, vislumbram (nem sei se tanto!) na droga o único prazer que têm nas suas curtas vidas. Daí alguém pode questionar: qual a vantagem de vender drogas para pessoas que não têm onde cair mortas? Talvez a explicação esteja na frase de uma delas, que disse gastar entre R$200 e R$300 por dia (!!??); de R$6.000 a R$9.000 por mês, dinheiro que poucas famílias de classe média percebem, em atividades especializadas. E como meninas de rua conseguem tanto dinheiro? Com sexo vendido, ora! Prostituição. Quantos clientes por dia pra fazer essa grana? SDS! Só imagino o miserê que devem ser tais relações (!?!).

Mas o núcleo do problema permanece com elas, as drogas... e a patente falta de interesse do Estado em resolver ou, ao menos, reduzir uma situação que, se de um lado é de saúde pública, de outro, é de enfraquecimento da Nação. Isto porque, se os doentes representam fabulosos custos (financeiros, sociais e afetivos), os marginais que ganham [muito!] dinheiro adoecendo as pessoas e o país, transitam, imunes e imunizados pelo dinheiro das meninas e meninos de rua, além do rico dinheiro das meninas e meninos de condomínios e mansões.

E é por isso (o envolvimento desses últimos), eu penso, que os representantes do Estado – muitas vezes envolvidos, direta ou indiretamente, com elas – não adotam posturas firmes ante o tráfico de entorpecentes ilegais.

Assim, enquanto forem tomadas ações de fachada, na chamada guerra contra o tráfico de drogas, nós continuaremos a ver fachadas de prédios nos centros das cidades povoadas de doentes e de vetores; pessoas de fachada igualmente doentes, mas com dinheiro e apoio para se tratar; e o Estado, assistindo à ruína da Nação, e fazendo o que, dizem seus representantes, ser o possível...

Nenhum comentário:

Postar um comentário