Dia Sem Trabalho

Para nós, dessa especial Especializada, 1º de maio, assim como outras datas comemorativas é, em geral, visto assim: “ôba! Mais um feriado!” Numa sexta, então, um feriadão...

O paradoxo é que – razão de ser deste Tribunal do Trabalho – para muitos (e ponham muitos nisso!), 1º de maio é mais um dia sem trabalho; aquele em que costumam “chover” medidas emprenhadas de retórica e promessas que se esvaziam a partir do dia 2, até o próximo 1º de maio.

Ainda, mas não menos importante, há o grande exército dos que, sequer, podem sonhar com promessas não cumpridas e com algumas “mentiras sinceras” pelas quais possam se interessar. A esses, ninguém conta nada, porque nada têm a dizer. São os absolutamente excluídos; é a “massa” que “não aprendeu a pensar; mal aprendeu a falar; [mas que] pode votar...”*

Para esses, a vida é “um prato cheio e uma garrafa de pinga”*. É fazer um “bico” e ganhar algum pra hoje, porque amanhã já será outra história...

A par disso, e conscientes da situação de boa parte do povo brasileiro, continuemos fazendo bem o nosso trabalho, pelo qual somos dignamente remunerados, ainda que o nosso horizonte sempre contemple melhorias; é natural; é humano... Vamos curtir a pausa no nosso dia sem trabalho para que, nos próximos dias de trabalho, possamos, nos limites de nossas responsabilidades funcionais, contribuir para o resgate da dignidade daqueles que, mesmo incertos quanto à eficiência e eficácia da justiça, ainda depositam suas esperanças na Justiça do Trabalho.

*Trechos extraídos do poema “Vende-se Um Homem”, desse autor.